Cinema

Contrato do Sindicato dos Atores e inteligência artificial: vitória dos produtores?


O contrato do Sindicato dos Atores e a Inteligência Artificial: Implicações para a Indústria Cinematográfica

O recente sumário de 18 páginas das negociações do contrato final do Sindicato dos Atores (SEG) tem gerado intensa repercussão na comunidade cinematográfica desde sua publicação. Neste vídeo, discutiremos as perspectivas em torno do contrato e como ele pode impactar não apenas os atores, mas também a dinâmica entre os produtores e a Inteligência Artificial.

Repercussão na Comunidade Cinematográfica

A publicação do resumo das negociações do contrato do SEG tem suscitado debates não apenas dentro do sindicato, mas também em outros sindicatos e na indústria como um todo. Uma das principais questões levantadas é a efetiva proteção dos atores em relação à Inteligência Artificial, um aspecto que será abordado ao longo deste artigo.

Resistências e Controvérsias

O vídeo aponta para resistências internas dentro do sindicato em relação a alguns termos do contrato. No entanto, há ceticismo quanto à capacidade dessas resistências em impedir a aprovação do contrato. Destaca-se que, embora o contrato contenha algumas inovações, como o aumento do uso de figurantes e as negociações com serviços de streaming, o ponto mais controverso envolve os termos relacionados à Inteligência Artificial, que têm gerado intensos debates.

Termos Controversos

O apresentador destaca quatro conceitos do contrato que geram controvérsia. O primeiro é a terminologia de dublê digital e réplica digital, que permite a criação de réplicas digitais de atores, sem proteção contra uso abusivo por parte dos estúdios. O segundo tipo de réplica digital é independente, permitindo o uso da imagem de atores aposentados ou falecidos, com autorização da família.

Outro ponto polêmico são os figurantes digitais, que podem se tornar uma tendência no mercado, substituindo a necessidade de contratar grandes números de figurantes reais para cenas de multidão. Por fim, a inteligência artificial generativa permite a alteração do tom de voz e palavras dos atores, economizando tempo e recursos na pós-produção.

Impacto na Indústria Cinematográfica

O vídeo questiona a ausência de proteção para outros profissionais da indústria cinematográfica e destaca a percepção de que o contrato parece favorecer os estúdios em detrimento dos trabalhadores. Essas mudanças levantam preocupações sobre o equilíbrio de poder e a proteção dos atores e demais profissionais envolvidos na produção cinematográfica.

Opinião Final

Em síntese, o contrato do SEG está gerando grande controvérsia na comunidade cinematográfica, levantando questões sobre a proteção dos atores em relação à Inteligência Artificial e o impacto dessas mudanças na indústria. É fundamental acompanhar as discussões em torno do contrato, já que estas podem influenciar a dinâmica entre os produtores, os atores e a tecnologia na indústria cinematográfica.

FAQ

O que é o contrato do Sindicato dos Atores?

O contrato do Sindicato dos Atores é um acordo que estabelece os termos e condições de trabalho para os atores da indústria cinematográfica e televisiva. Ele é negociado entre o sindicato e os produtores, e pode abordar questões como remuneração, condições de trabalho e, no caso discutido, a proteção dos atores em relação à Inteligência Artificial.

Conclusão

O contrato do Sindicato dos Atores tem gerado intenso debate em torno de sua proteção em relação à Inteligência Artificial. As questões levantadas por este contrato têm o potencial de impactar profundamente a indústria cinematográfica e as dinâmicas entre os atores, os produtores e a tecnologia. É crucial acompanhar de perto as discussões e possíveis revisões nos termos do contrato, uma vez que suas implicações reverberam em toda a comunidade cinematográfica.

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37 Comentários

  1. Com o avanço da IA, os produtores precisam realmente de alguém real para criar esses clones digitais que serão usados nos filmes (figurantes, em primeira instância)? Para quê criar um banco de dados de pessoas reais se já é possível ter pessoas virtuais? Estas últimas podem "trabalhar" 24 horas por dia, não comem, não recebem salário, não adoecem, não fazem greve, não ocupam espaço físico, embora tenham um problema por não pagarem impostos ou taxas para a Previdência Social Americana.
    Daqui a pouco teremos "astros" de cinema que sequer serão pessoas reais.

  2. Estava esperançoso que o sindicato realmente tivesse uma vitória com proteção para os membros mas no final os estúdios ganharam muito só no jogo de palavras. Infelizmente vai ser criado um banco de dados de tudo, duble digital, duble de voz, rostos corpos e todas as partes dos corpos humanos e depois serão usados em alguma IA generativa um frankenstein para burlar pagamentos e aumentar o lucro, realmente daqui 3 anos o sindicato vai estar muito fraco para poder reverter essas perdas de agora.

  3. Mas e "O Senhor dos Anéis" que já fazia isso, tem milhares de figurantes digitais nas guerras. Mas ali não teve problema? E os filmes de heróis por exemplo, não vamos fazer o homem de ferro voando porque não podemos tirar o trabalho dos dublês, e se não podemos colocar algum dublê de verdade voando numa armadura pra filmar então não vamos fazer o filme para "proteger o trabalho do dublê". Achei o argumento todo muito fraco, é o futuro chegando, e já chegou muito antes em muitas coisas, e os profissionais que se adaptem, senão ainda estaríamos morando nas cavernas. Grande abraço.

  4. As bases de dados são fundamentais para o desenvolvimento de IA’s, a coleta de dados está sendo regulamentada? Está claro quais são as fontes de coleta? Não, infelizmente a sociedade fornece os dados de graça e paga o triplo para usar as aplicações de IA.

  5. Tenho pesquisado o impacto do Streaming sobre o direito à Cultura, e você tocou num ponto importante: Há muita confiança na palavra das plataformas quanto ao tempo se exibição, esse é um grande problema que enfrento também, analisando o tema aqui no Brasil.

  6. Pronto. A industria hollywoodiana está evoluindo para ter apenas filmes de bonecos.
    E a Academia do Oscar ainda tem a pachorra de colocar filmes estrangeiros de fora da lista “Melhor Filme”, na subcategoria de consolação.

  7. Ótimo conteúdo, Dale!

    Dale, será a primeira coisa que os estúdios irão fazer: um filme completo apenas utilizando uma ia, qualquer.

    Eu reprovei, totalmente, o filme Blade Runner 2049, principalmente, pelo fato de terem reproduzido a personagem interpretada pela atriz Sean Young (Rachel) digitalmente!

    Se haviam pensado no Harrison Ford somente para isto (cena em questão), eu preferiria que não tivessem feito esta que, para mim, não é uma continuação direta da obra original mas, sim, um spin-off.

  8. Isso é tudo culpa dos vagabundos criminosos dos militantes progressistas na indústria do entretenimento, afundaram a industria na agenda ideológica desses doentes, profissionais foram substituídos por militantes, pessoas sem capacitação, que não sabem escrever um roteiro, não sabem produzir e dirigir um filme, sem nenhum resquício de criatividade, os filmes não vendem bilheteria, isso forçou os estúdios a recorrer a tecnologia, infelizmente os profissionais da indústria sofrerão as consequências por conta desses filhos da puta progressista, essa cultura Woke imunda só está agravando a situação a medida que essa gente criminosa não abre mão dessa militância doentia.

  9. Um caso muito clássico é do cara wue fez o Zordon dos Power Rangers, fizeram a captura das feições dele por apenas um dia (pagando um salário irrisório) e usaram por anos e anos afinco e olha que indo foi na década de 90, imagina como não vai ser agora.

  10. Enquanto a evolução da tecnologia devia facilitar a vida humana, evitando que tivéssemos que fazer trabalhos braçais e insalubres, e permitindo que nos dedicássemos à arte e criatividade e intelectualidade (atividades puramente nossas), o capitalismo faz o contrário. O capitalismo vem usar da tecnologia pra deixar os ricos ainda mais ricos e forçar ainda mais quem tem poucas condições financeiras ao subemprego, porque os trabalhos mais voltados a criatividade são tomados por IA.

  11. Eu bem que gostaria que a IA gerasse, no audiovisual, imagens em movimento do quilate de She-Hulk, para assim não ter aderência e sumisse como fraude, como os esquemas de pirâmide digital dos últimos anos.
    Mas não é o que vai acontecer, né?

  12. Interessante pra entender como os sindicatos estadunidenses pensam sobre pautas de direitos em greve. Eles tem muito oq aprender. Souberam parar tudo, wow, mas não souberam estabelecer/regulamentar um sentido etico doq é a arte cinematográfica e do que é atuação em si. Boa sorte para os teóricos nessa nova era aí.

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